Mulher Pizza e o Pós-Sexo Masculino

“É muito fácil descobrir as reais intenções de um homem: vá pra cama com ele. O que ele fizer logo depois do sexo irá te dizer muito mais sobre o que ele sente por você do que qualquer outra coisa”, confessou-me um namoradinho que tive na juventude. Nunca mais esqueci essa verdade sobre o comportamento pós-sexo masculino.

“Sim, é a história da mulher-pizza”, confirmou um amigo meu, anos adiante.  “Você come, goza, vai ao banheiro. Quando volta, ela virou pizza e só assim dá pra comer de novo”, completou. É como se estivessem de porre e depois da ejaculação, viesse um tiro de sobriedade. Com ressaca.

mulher-pizza-pos-sexo-homens-plus-size-cafajeste-machismo

Venho fazendo enquetes informais com homens desde então. Todos, em algum grau, admitiram este sentimento. Alguns, ainda nem haviam se dado conta de que faziam isso. Sim, quando um homem não tem um vínculo afetivo, por mais raso que seja com uma mulher ele vai sentir uma repulsa no pós-sexo. Uns me descreveram o sentimento até como “nojinho”. É um processo incontrolável.

Ele vai se afastar fisicamente, evitar olhar nos olhos ou tocar, correr pro banho ou até fingir uma dormidinha. Geralmente isso dura só o que se chama de “tempo refratário”, ou seja, o período que o corpo dele necessita pra ficar excitado novamente. Cada homem tem um tempo diferente e isso não depende tanto assim da idade como se pensa, está mais relacionado com a libido e o temperamento de cada um.

Essa repulsa não tem absolutamente nada a ver com o fato da mulher ser linda ou não, performado bem ou não. Não é culpa nossa em nenhum sentido. Tem a ver com a natureza masculina e a forma com que eles enxergam o sexo: como uma corrida.

Homens aprendem desde cedo que o sexo, o gozo, é o maior prêmio que podem conseguir como machos e que para consegui-lo vale tudo, inclusive, muitas mentiras. É claro que talvez a maioria não pense assim, mas essa é a essência do machismo escroto. Desta forma, logo após o sexo, sustentar máscaras torna-se impossível. O corpo e o instinto assumem o controle e aquele personagem educado e sedutor que ele inventou pra seduzir suas presas, vai pro banco de trás até segunda ordem. Por mais manipulador e cafajeste que ele seja, nestes minutos, ele não consegue disfarçar.

Um processo semelhante também ocorre quando, dentro de uma relação, o parceiro perde interesse no relacionamento. Alguns esfriam e não querem mais contato sexual, outros agem desta forma.

Ser uma mulher hétero significa amar os homens pelo que eles são e entende-los é parte crucial deste processo. Eles não são nem melhores, nem piores: são diferentes de nós. E, diferentes entre si. Mas, todos tem em comum a herança de uma educação machista. O quanto eles se libertam ou não disso, varia de cada um.

Se um homem abraça, olha em você em silêncio, procura o aconchego no pós-sexo é um sinal claro de que ele tem alguma conexão sentimental com você, nem que seja uma amizade. Ainda que ele durma ou não queira conversar, a noite não é “só sexo”.

Aconteceu com você? Foda-se ele.

Na era impoliticamente correta onde cresci, as coisas eram ditas. Agora, elas permanecem verdadeiras e veladas. Sinto saúde disso. O problema não é o discurso.

Leia também:

lixo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.