Colonia del Sacramento, charme histórico no Uruguai.

Quem me conhece, sabe que eu AMO o Uruguai. Não que eu conheça muitos destinos internacionais, mas, tenho paixão pelo nosso vizinho do sul. Ao contrário dos porteños, os uruguaios são mais abertos e gentis como nós, e, de quebra, têm paixão pelos brazucas. Um dos destinos mais bonitos do paisito é a bucólica Colonia del Sacramento, no extremo oeste.

Visual bucólico na cidade cheia de histórias e cantinhos charmosos.

Visual bucólico na cidade cheia de histórias e cantinhos charmosos.

Fundada por portugueses, nas margens do Rio da Prata. Do outro lado do rio já é Buenos Aires. Inclusive, é possível fazer essa travessia de barco. O trajeto leva cerca de duas horas e é feita por buques (uma espécie de balsas grandonas e com carinha de navio) que levam até mesmo carros. Se de um lado está a capital cosmopolita da região, do lado de cá o que impera entre as calles é aquela sútil poesia das coisas que resistem ao tempo.

A mudança da paisagem na entrada da cidade vindo de Montevidéu.

A mudança da paisagem na entrada da cidade vindo de Montevidéu.

Para chegar lá e fazer, infelizmente, somente um day use, partimos de Montevidéu em um corajoso celtinha alugado. A estrada é excelente, superior a que temos em terras brasileiras. Duas horas depois, elas surgem no horizonte: imensas palmeiras e casinhas brancas denunciam que chegamos ao nosso destino.
Patrimônio da Unesco, a cidade fica a 177km da capital uruguaia e é um dos destinos turísticos mais importantes do país, recebendo milhares de visitantes todos os anos. O motivo? Pacatas ruas de calçamento de pedra, monumentos, casinhas históricas, recheadas de lendas e causos, restaurantes e pousadas fofíssimas.

Portão das Armas, antes a única entrada da cidade e o Farol, erguido entre as ruínas de um convento incendiado.

Puerta de la Ciudadela, antes a única entrada da cidade e o Farol, erguido entre as ruínas de um convento incendiado.

O melhor passeio possível por lá não custa nadinha: pare o carro e vá caminhando devagar, conversando com locais. Os uruguaios sempre se esforçam pra falar português e tratam muito bem os turistas. Eles vão, informalmente, dando aquela aula de história caprichada.

Detalhes da arquitetura única.

Detalhes da arquitetura única.

Como qualquer antiga colônia portuguesa, o tour sempre deve começar pela igreja principal (os patrícios sempre a colocavam no centro de tudo). A Basílica do Santíssimo Sacramento de Colonia é linda e data de 1680. Apesar de abrigar em seu interior uma boa amostra de arte ainda colonial, sua estrutura já foi reformada e expandida muitas vezes, perdendo características originais. Ainda, assim, bela, silenciosa e imponente.

Basílica do Santíssimo Sacramento

Basílica do Santíssimo Sacramento

Ao lado da Basílica, a Praça de Armas e estreitas ruazinhas vão levando o turista a desvendar o bairro. Nas casas, muitas com muros de pedra, alguns restaurantes com mesas ao ar livre e uma cena artsy vibrante.

Plaza de Armas, ao lado da Basilica.

Plaza de Armas, ao lado da Basilica.

Uma das ruas mais comentadas da cidade é uma pequena ladeirinha, chamada Calle de los Suspiros. Fica perto da chamada Plaza Maior e parte em direção ao mar. A razão para ter ganhado esse nome vem de dois mitos e ninguém sabe qual dos deles é o verdadeiro: o primeiro fala que os suspiros eram de marinheiros levados pelos guardas para serem afogados na maré alta. A segunda, bem mais apimentada, diz que a rua era um point de prostíbulos pra lá de calientes.

A mítica Calle de los Suspiros.

A mítica Calle de los Suspiros.

Alí bem pertinho, nós paramos pra tomar um sorvete no Freddo (Henriquez de la Peña). Eu amo! 😋

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Meu sorvete e o ambiente da Freddo, bem no centro da parte histórica.

Circulando centrinho afora uma das coisas que chamam atenção é que a memória não estão só presente na arquitetura e nos monumentos: há também muitos carros antigos estacionados nas ruas de pedra. Bem cuidados ou com restaurações que são verdadeiras intervenções artísticas. Um imã para as selfies dos turistas!

Além das casas históricas, tanto portuguesas como espanholas, também é possível ver carros antigos estacionados pelas ruas.

Além das casas históricas, tanto portuguesas como espanholas, também é possível ver carros antigos estacionados pelas ruas.

Marketing: o carro antigo com o peixe é um anúncio bem humorado do aquário da cidade que fica em frente!

Marketing: o carro antigo com o peixe é um anúncio bem humorado do aquário da cidade que fica em frente!

Colonia já foi alvo de muitas disputas militares porque tem uma posição importante na navegação do Rio da Prata. Essa sua posição estratégica, entre B.A e Montevidéu continua garantindo bons frutos com o fluxo importante de turistas e o comércio. Então, nada mais justo do que uma paradinha para apreciar o visual pertinho do rio, no Puerto e no Muelle de Yates, dois piers que avançam sobre as águas e servem de atracadouro a diversas pequenas embarcações.

Puerto de Yates.

Um casal com seu cãozinho poético no Puerto de Yates.

Terminamos nosso passeio pertinho dali com uma surpresa que não estava no nosso roteiro: um por-do-sol inesquecível no Centro Cultural e Teatro Bastión del Carmen (Rivadavia, 223). A estrutura data de 1880 e inicialmente era usada com finalidade militar. Depois das disputas pelo território, muitos anos depois, o espaço abrigou uma antiga fábrica de cola e sabão. Depois da falência das indústrias, a construção foi arrematada pelo governo e transformada em um teatro e um centro cultural com exposições gratuitas e uma arquitetura de tirar o fôlego. A mistura entre os tijolos, as obras de arte e o rio é simplesmente magia suspensa no ar.

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Centro Cultural e Teatro Bastión del Carmen, uma antiga fábrica de cola.

Centro Cultural e Teatro Bastión del Carmen, uma antiga fábrica de cola.

 

 

 

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