Se é uma coisa que infelizmente não combina com quem tem alguma dificuldade de locomoção é ecoturismo, mesmo num grau quinta série. Por isso, toda vez que a gente acha um lugar de fácil acesso, espalha a notícia. Nós achamos um lugar ótimo, uma cachoeira com acessibilidade em Cunha, cidadezinha do interior aqui de São Paulo.
Cunha, a cidade do Lavandário
Mesmo tendo paisagens incríveis e muito sossego, o boom turístico de Cunha ocorreu após a abertura do Lavandário, uma inciativa que mescla turismo e cultivo de lavandas, em 2013. O sucesso foi tanto que abriram outro: o Contemplário, com entrada grátis (o primeiro custa R$20 a inteira). Obviamente que fui no segundo.
Lavandas do Contemplário em Cunha São Paulo.
A ideia de visitar campos de lavanda é francesa, da região de Provence e também já é sucesso entre turistas nacionais em cidades do norte do Paraná. Devido ao nosso clima, as plantas florescem o ano todo. Em teoria. No Lavandário eu não fui, mas no Contemplário não tava aquelas coisas cinematográficas, não. Achei tristonho.
O que ninguém te conta sobre esses lugares é que é cheio de abelhas. Sim, eu sei que elas são bonitinhas e estão em extinção, mas eu já tomei ferroada e não fico tão a vontade assim perto delas.
Vista geral do Contemplário: acesso fácil, mas redobre a atenção.
Outra coisa: Cunha é seca. O solo é cheio de pedrinhas soltas e o terreno é MUITO íngreme. Não é o lugar mais acessível do mundo. Não tem sombra, é aquele sol de matar. A única árvore é imensa e tem um deque de madeira ao redor, ótimo lugar pra sentar. Aliás, o único. A gente recomenda ficar na trilha principal, larga, estável e gramada. Lá é bem seguro.
A lojinha é pequena e não é das mais careiras. Compramos um aromatizador de ambiente pra não ficar chato (R$30).
Cachoeira com Acessibilidade em Cunha
A maioria das atrações de Cunha está ligada à natureza: parques, cachoeiras, trekkings. Particularmente, tenho um histórico de distanciamento deste tipo de programa. Mesmo não sendo sedentária, não tenho muita aptidão para o off road. Eu caio, tenho medo de bicho, não aguento sol; não vou. Pobre gente urbana.
Geralmente cachoeira, em específico, tem de dois tipos: as acessíveis e as de verdade. Já havia ido em uma bem feia em Serra Negra que nada mais era que um chuveirão nas pedras.
No entanto, já havia pesquisado sobre o Canto das Cachoeiras e sua estrutura amigável para idosos e pessoas com baixa mobilidade. Fiquei curiosa e fui conferir. Valeu muito a pena.
Canto das Cachoeiras em Cunha, São Paulo: fácil acesso e boa estrtura.
A primeira coisa que chama a atenção é o aspecto humano: os funcionários são cordiais e preparados. Quando chegamos de carro, um deles sugeriu que eu já descesse ali, na recepção enquanto meu noivo fosse estacionar o carro. Delicadeza pura. O caminho para o estacionamento é uma ladeirinha bem íngreme, embora curta. Não se apavore, dá pra acessar pela parte de baixo do terreno, então quem realmente precisar, não precisa subir.
E tudo que a gente quer é isso. É não ter que pedir, incomodar, passar vergonha. Queremos inclusão.
Passada a recepção, você encontra uma lojinha e um restaurante. Lá ficam banheiros. Usei: é amplo e limpinho. Após essas construções, você já ouve o barulhinho da queda d’água. Fui num primeiro dia de sol após uma semana de chuva forte, então, o terreno estava um tanto esburacado. Contudo, é bem reforçado e toda trilha de cerca de 2 minutos (é uma descidinha bem curta) tem corrimão de madeira SEM farpas. Já tive um acidente sério com isso em uma outra viagem, então amém pra quem toma esse cuidado.
Lá embaixo tem a cachoeira, que é pequena, desembocando numa piscina natural com uma pequena ponte de madeira, bem segura e estável por cima. Tem áreas de piquenique com banquinhos que só cabem 1/3 de bunda, espreguiçadeiras fofas pra gente magra e jovem e um bar. Calma, tem banco pra gente também.
A partir de lá, existe acesso a duas trilhas: uma fácil, que leva para cabeceira da cachoeira e outra mais dificil que eu nem fui. Meu noivo foi e disse que não era realmente algo muito acessível. Descendo um pouco o terreno, acompanhando o curso d’água, existe um redário e o tal segundo acesso ao estacionamento. Todo caminho é seguro e sinalizado. Se você é desastrada feito eu, é só ir devagar e com atenção.
Vista da parte de baixo do terreno, onde existe uma segunda queda quando há vazão.
Assim que estava lá, chegou uma família com duas crianças especiais. Em seguida, um pequeno grupo de senhoras, uma inclusive usando bengala. Gente com cãozinhos, crianças pequenas. Todos acolhidos.
Foi a nossa primeira vez em uma cachoeira de verdade. A água estva gelada, era inverno, embora estivesse sol. Mas deu pra colcoar só a pontinha do pé.
Contato com a natureza com acessibilidade.
O que o Canto das Cachoeiras em Cunha alcançou é algo difícil: o meio-termo entre turistada e ecoturismo, é um turismo acessível. Teme estrutura, mas também tem espaço pra que haja terra e natureza. Este tipo de conceito é algo novo, e, o espaço por ser algo mais recente (2019), carrega essa filosofia lindamente.
Corrimão sem farpas!
Coisa importante: não fui mordida por nenhum mosquito lá. Custou R$15 por pessoa.
Outras fotos da Cachoeira com Acessibilidade em Cunha (clique para ampliar):
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- Caminhos de terra batida.
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- SEgunda trilha sem muita acessibilidade
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- Estacionamento
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- Redário (suportou meus 115kg)
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- Vista lateral da queda principal.
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- Vista da parte Segunda queda.de baixo do terreno, onde existe uma segunda queda quando há vazão.
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- Acesso principal
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- Espreguiçadeira não fat friedly
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- vista geral de acesso
O que mais fazer em Cunha
O centro de Cunha dá pra conhecer em uma caminhada leve de 10 minutos. São duas igrejinhas fofas e um comercinho no meio. Para quem faz dieta, um fato curioso: além de uma loja de produtos naturais bem no centrinho, o supermercado TOP, na rua de trás das igrejas tem uma sessão de diet/light imensa, de dar inveja a qualquer mercado daqui de SP.
Casa do artesão: muita cerâmica linda com preço competitivo.
Uma das principais atrações da cidade está no polo artístico de cerâmica que acontece lá. São dezenas de ateliês charmosos expondo peças de vários estilos, ótimo para comprinhas. Nós visitamos a Casa do Artesão, ao lado de um parque no centro da cidade. São mais de 60 associados e muita coisa linda. O surpreendente: preços convidativos.
Em frente à Casa do Artesão, existe um busto homenageando uma figura local. Pensa em uma escultura de realismo impressionante! Ao lado da igreja também existe outra obra do mesmo estilo.
Bustos realistas de Cunha.
Serviço:
Canto das Cachoeiras
Estrada Municipal do Paraibuna, Km 2,5 -Bairro do Sítio, Cunha/SP
Info: www.cantodascachoeiras.com.br – Tel.: (11) 9 8959 7008
Contemplário
Rodovia Vice Pref. Salvador Pacetti, Km 61.5 – Taboão, Cunha/SP
Info: www.contemplario.com.br – Tel.: (12) 99702-4231
Casa do Artesão
R. José Arantes Filho, 27 – Cunha/SP
Info: www.casadoartesaocunhasp.com.br – Tel.: (12) 3111-1930