Enquanto ela se desfazia em lágrimas grossas, segurava seu Chedar McMelt já meio mordido no ar. E eu só pensava o que meste mundo derruba desse jeito uma mulher tão genial. Ela tinha tomado um pé na bunda subjetivo. O pior tipo de PB, onde o moço simplesmente não é direto e deixa você com um talvez na cabeça por algumas semanas. Ou meses. Ou uma vida inteira.
Sentada na pequena cadeirinha de plástico do MC, defronte da minha grande amiga em momento tão crítico, tive um momento flash back dos meus próprios desastres amorosos. Todo PB é inesquecível. Mais do que acabar com uma história de amor que você quer que continue, ele é a rejeição, o fracasso.
O meu PB inesquecível não foi de um dos meus grandes amores: foi de um caso que só durou uns 3 meses. Depois de ler o blog do Cafa (http://www.manualdocafajeste.com/ – recomendo MUITO) eu percebi que eu era o que os meninos chamam de “lanchinho” ou “booty call” para o meu então crush. Eu já era contatinho naquela época.
Encostei o moço na parede e ele simplesmente fez o que os homens não fazem nunca: confessou. Não com todas as letras, mas o suficiente para me destruir. Eu tinha dado tudo aquele homem e isso não foi o suficiente para despertar algo mais nele. Simples assim.
Chorei dias e dias como um bebê e me perguntava porque, aos 30 anos eu tinha que passar por aquilo, por aquele mix de sentimentos tão adolescentes: vergonha, solidão, saudade do que achei que tinha. Eu, uma leoa na vida era uma menininha deprimida.
Então eu soube: todas nós somos assim. Se somos mulheres, somos guerreiras e lutamos contra o mundo, cuidamos da família, ganhamos dinheiro, crescemos na carreira. Mas basta um homem nos rejeitar que tudo vira nada: perda total.
Ficamos modernas só no corte de cabelo, por dentro ainda somos todas cinderelas solitárias e qualquer homem que nos dispense mais de 5 minutos de atenção, às vezes por motivo torpe, nós já confundimos com o príncipe.
Estamos presas na fantasia. Nós amamos a figura do príncipe e não necessariamente o homem em questão. O homem sim, é capaz de amar uma mulher. Por isso, não é algo que acontece todo dia.
Entender que o que machuca nessa horas não é o fim do seu relacionamento com o fulano e, sim, o fim do relacionamento em si é o primeiro passo para a “cura”. Entre aspas mesmo, porque cada pé na bunda tomado é uma cicatriz feita. Se apertar vai doer. Sempre.
Se você já tem uns aninhos de estrada como eu, lembre que você já passou por isso. Lembro do seu primeiro pé na bunda e como você teve vontade de pular da janela depois disso. Então pense em todos os momentos felizes que você viveu depois. Se você tivesse se jogado nos trilhos do metrô não ia ter vivido tudo aquilo. A vida continua, mesmo que a gente não queira. Ainda bem.
Você irá precisar de um período de luto mesmo: chore em bicas! Tome sorvete direto do pote, faça uma playlist bem melosa e fique na sua. Não adianta se forçar a estar ótima no dia seguinte, porque isso não vai acontecer.
Depois busque suas amigas: é incrível como nada é mais curador do que o colo de uma companheira. Elas saberão o que fazer, acredite!
Daí, entra a fase em que você vai ter que se forçar a parecer melhor, o que geralmente acontece uns 2 meses depois de um PB colossal. Mesmo que sua vontade seja ficar chorando agarrada com a foto de vocês dois juntos na casa da sua vó, vá fazer as unhas, compre uma roupa nova. Adote um ritual de beleza e se arrume mais.
Quando você começar a torcer os pescoços de centenas de príncipes pouco encantados nas ruas, vai saber que não foi o fim da sua vida. Que haverão muitos outros homens que te farão de palhaça na vida. Eu sei, eles são péssimos. Mas tem um gostinho tão bom…
Texto adaptado do original de 2009.
Boa noite meu nome é David sou design a fote que vcs usaram nessa fonte poderia me ceder o nome ou a fonte em arquivo no e-mail
Claro, David. Chama “Cotasia”.