“Rodeio de Gordas”

             Hoje ao abrir o jornal pela manhã fui surpreendido com uma
 manchete que falava de um “rodeio de gordas” que aconteceu em um evento
 universitário no interior de São Paulo. Fiquei tão indignado com a notícia
 que me vi na obrigação de divulgá-la o máximo possível. Pra quem não
 acompanhou, o triste evento aconteceu no Inter-unesp 2010, jogos
 universitários realizados em Araraquara, de 09 a 12 de outubro. Reuniu 15
 mil universitários de 23 campi da Unesp, e que serviu de palco para agressão
a alunas obesas. O objetivo da “brincadeira”, como um dos alunos chamou, era
 agarrar suas colegas, de preferência as gordinhas, e tentar simular um
 rodeio, ficando o maior tempo possível sobre a pessoa. A última notícia dá
 conta que um procedimento de investigação foi aberto pela promotoria de
 Araraquara para apurar o caso.
             Já seria uma enorme violência um fato como este acontecer contra
 qualquer pessoa, e torna-se ainda mais grave por se tratar de um evento que
 traz consigo a velha perseguição contra os gordos. Nunca fui atraído por
 estes eventos universitários, por já saber que não existem muitos limites,
 principalmente quando jovens de classe média (muitas vezes reprimidos)
 resolvem extravasar de formas variadas. 
             Fatos como este só mostram que mesmo em escolas ou
 universidades, onde o direito à diferença deveria ter espaço, acabam pelo
 contrário, refletindo apenas a cultura da falta de respeito e de noção com
 suas responsabilidades.
Lamentável!
* matéria do colunista Fábio Alves. Imagem:rodeio.net

Um comentário sobre ““Rodeio de Gordas”

  1. Fiquei com vergonha pelo que os acadêmicos da Unesp fizeram e com pena das meninas que tiveram que passar por isso. Mas o episódio vem em boa hora para repensarmos um pouco nossos próprios preconceitos e o modo como cultuamos a magreza em nosso tempo. Para quem achava que bullying era coisa de escola primária, os marmanjos universitários provaram que maldade, preconceito e discriminação existem em todas as fases da vida. Mas provaram, principalmente, que a crueldade humana não tem limites.

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